Atual presidente voluntária fala sobre desvios milionários na Apae de Bauru: 'Fomos vítimas de um grupo criminoso'
13/12/2024
Maria Amélia Moura Pini Ferro também fez um alerta quanto à diminuição das doações à instituição após o início das investigações. Esquema foi descoberto depois do desaparecimento e suposto assassinato de Cláudia Lobo, ex-secretária executiva da entidade. Desvios milionários na Apae de Bauru: atual presidente fala sobre investigações
A atual presidente voluntária da Apae de Bauru (SP), Maria Amélia Moura Pini Ferro, que assumiu a liderança da instituição após a prisão de Roberto Franceschetti Filho, em 15 de agosto, ressaltou que a Apae foi a principal vítima de um esquema criminoso que pode ter desviado milhões de reais dos cofres da entidade.
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Em entrevista à TV TEM, Maria Amélia destacou a importância dos serviços essenciais prestados pela Apae, que atende quase 3 mil pessoas, oferecendo apoio psicológico, pedagógico, fonoaudiológico e serviços de saúde, como fisioterapia e reabilitação.
Além disso, a Apae mantém casas inclusivas para pessoas com deficiência que foram retiradas de suas famílias pela Justiça, com mais de 4 mil atendimentos mensais.
"Sem a Apae, muitas dessas pessoas não teriam atendimento. Temos o relato de muitas mães que dizem que a Apae salvou suas vidas. Outros que têm familiares atendidos há décadas falam da importância do nosso trabalho", disse Maria Amélia.
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Reprodução/TV TEM
Desvios milionários
O esquema de desvio de recursos da Apae foi inicialmente investigado após o desaparecimento e suposto assassinato de Cláudia Lobo, ex-secretária executiva da entidade, em agosto de 2024.
A Polícia Civil descobriu que o desaparecimento estava ligado a uma série de irregularidades financeiras envolvendo superfaturamento de contratos e pagamentos a funcionários "fantasmas". As irregularidades somavam, no mínimo, R$ 6,8 milhões.
Após a prisão de Roberto Franceschetti Filho, as investigações apontaram que ele era o principal responsável pelo desvio de verbas da instituição e pelo desaparecimento de Cláudia Lobo.
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Arquivo pessoal
Maria Amélia contou que, além da sindicância interna instaurada pela gestão da Apae, uma auditoria externa foi contratada para analisar as finanças da entidade e identificar os desvios. Ela confirmou que outros funcionários da Apae que podem estar envolvidos no esquema foram afastados.
"Nós fomos vítimas de um grupo criminoso que maquiou as informações e nos enganou. A Apae é uma instituição de 59 anos, vai fazer 60 no começo do ano, e ela foi vítima, assim como nós da diretoria, voluntários e funcionários honestos que trabalham aqui dentro", disse.
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Reprodução/TV TEM
Trabalhos da instituição
Maria Amélia também fez um alerta sobre a diminuição das doações à instituição, uma consequência direta da crise financeira gerada pelo esquema de desvios.
"As nossas doações reduziram. Eu acredito que muitas pessoas acabam confundindo a Apae com o que aconteceu", afirma.
Com a contratação de uma auditoria externa, a Apae busca reverter os danos financeiros e garantir que novos desvios não ocorram.
"A Apae vai continuar o seu trabalho. Precisamos da ajuda de todos para que isso seja possível. Não podemos deixar que um grupo criminoso prejudique o que é feito com tanto amor e dedicação."
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